Você já ouvi falar do conceito Cohousing? O estilo revolucionário que surgiu na Dinamarca nos anos 70 está se tornando cada vez mais popular em outros lugares do mundo, inclusive no Brasil.


Cohousing Mosaic Commons Berlim

Baseado no compartilhamento, atitudes sustentáveis e valorização das relações humanas o cohousing se divide em cinco pilares:

  • Arquitetura que une pessoas:

Com casas construídas de modo a fortalecer o convívio, uma vila de cohousing possui normalmente de vinte a quarenta casas. As moradias são todas de frente uma para as outras e contam com jardins e áreas comuns.

  • A importância do próprio lar:

Embora seja um estilo que valorize o convívio, a individualidade também existe favorecendo a privacidade dos moradores.

  • Viver em comunidade:

As vilas de cohousing possuem espaços comuns como: cozinhas, lavanderias, sala de ginásticas e outros espaços de lazer amplos. Todos os moradores da vila são incentivados, por exemplo, a realizarem suas refeições juntos na cozinha comunitária, fortalecendo assim suas relações.

  • Trabalho em equipe:

Todas as tarefas da vila são dividas, desde a limpeza e manutenção do jardim e cuidado com a horta.

  • Sustentabilidade:

Evitar excessos e investir em ações menos agressivas ao meio ambiente como transportes sustentáveis como bicicletas, ou criar uma escala para o uso de carros é uma das maiores características do cohousing. Outro ponto é que toda a estrutura do vilarejo é planejada para pedestres, ou seja o estacionamento fica em um lugar mais afastado.


Cohousing Mosaic Commons Berlim

O mercado imobiliário brasileiro e o cohousing.

No mercado brasileiro o conceito ainda é tímido, mas segundo a pesquisa realizada em parceria do Serviço de Proteção ao Crédito e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apontou com cerca de 63% dos entrevistados já vivenciou ou poderiam se adaptar ao estilo da cohousing.


imagem: Shutterstock

Um dos principais fatores que contribuem positivamente para a adoção do estilo apontado na pesquisa, é desde a economia gerada pela divisão de despesas como gás e internet. Ou até mesmo a possibilidade de compartilhar um apartamento o que resulta em menos gastos com aluguel e alimentação.

Um dos públicos mais interessados no conceito são aposentados que não querem morar com os filhos, mas também não querem ir para as tradicionais casas de repouso. Para esse grupo, a ideia de viver em pequenas comunidades em que todos compartilhem os mesmos objetivos e cuidem dos outros é bastante atrativa. Além disso, estudos já comprovam que atividades físicas e sociais mantém a mente ativa e com isso o risco de declínio das funções cerebrais diminui.

Pesquisas realizadas em diferentes países, apontam que os idosos modernos possuem os mesmos desejos quando o assunto é moradia.

  • Permanecer morando em suas casas até o final da vida.
  • Não desejam se mudar para a casa dos filhos.
  • Não gostaria de ser colocados em instituições para idosos.
  • Desejam manter sua autonomia e independência.

Para a psicóloga e gerontóloga Margherita de Cassia Mizan; “O fato de você ter pessoas para se relacionar, que entendam o momento que você está passando é importante. O princípio básico de cohousing é que as pessoas ali tenham alguma coisa que as conectem. Os laços afetivos são importantes quando você está bem e saudável, imagina quando está mais fraco, fragilizado e vulnerável”.

Em Campinas a Vila ConViver, foi criada por um grupo de professores aposentados ou em vias de se aposentar da Universidade Estadual Paulista (UNICAMP) e que deve ser inaugurada em 2020. O grupo conta com cerca de setenta pessoas e o custo do projeto será de aproximadamente R$ 400 mil por unidade.

O mercado imobiliário assim como o da construção civil precisa estar atendo a essa tendência, pois com a estimativa de vida do brasileiro aumentando a cada ano, a necessidade de construir moradias adaptadas para atender esse público também aumenta.

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